Sobre o livro: 2006 / "A Igreja Militante não teve paladino mais zeloso do que este Templário da pena, cuja crítica ousada é uma caminhada constante em cruzada... Parece que a língua francesa nunca atingiu uma paradoxalidade tão arrogante. Essa fusão de grosseria com sofisticação, violência com delicadeza, amargura com requinte lembra aquelas bebidas de bruxaria feitas de flores e veneno de cobra, de sangue de tigresa e mel silvestre. Estas palavras de P. de Saint-Victor caracterizam com surpreendente precisão a personalidade e a obra de Jules Barbet d'Aurevilly (1808-1889), e este volume de obras selecionadas deste um dos escritores franceses mais incomuns do século XIX, compilado a partir de obras-primas reconhecidas como o romance " Estragado" (1854), a coleção de contos "Aqueles do Diabo" (1873) e o conto "A História que Nem Tem Nome" (1882) são a melhor confirmação disso. . Barbet, que nunca escondeu suas opiniões monarquistas, a quem Remy de Gourmont (1858-1915) em seu ensaio de abertura do livro chamou de “clássico oculto” e incluído no “clã daqueles que desdenham a virtude e zombam da sanidade filisteu”, foi repetidamente acusado de imoralismo - após sua publicação “Aqueles do Diabo” chegou a iniciar um processo contra ele a pedido da imprensa republicana, mas sua polêmica obra foi admirada por colegas escritores de diversas direções. “Barbet d'Aurevilly não corre o risco de se tornar um escritor popular”, escreveu M. Voloshin, “pois para amá-lo é necessário atingir aquele grau de consciência em que você começa a amar uma pessoa apenas pela irreconciliabilidade das contradições que estão combinados nele, pela amplitude do balanço do pêndulo, pelo majestoso afastamento dos pólos gelados de sua alma”, e ainda assim os editores esperam que os verdadeiros amantes do romantismo e do simbolismo franceses sejam capazes de apreciar esta prosa de filigrana, habilmente traduzido por M. e E. Kozhevnikov e equipado com notas abrangentes.